Depois de quatro meses aqui nos EUA descobri que eu prefiro as baratas e lagartixas. Primeiro, não sabia que estava a caminho da cidade do Spider-man. Sério, nunca vi um lugar com tanta aranha. Chega ao ponto de você estar caminhando na calçada e ter que desviar de uma teia. Isso aconteceu comigo e uma amiga em Norfolk. Saímos para tomar uma cerveja e na volta nos deparamos com esse negócio nojento! Não gosto nem de lembrar...
Segundo, existe um bichinho bem ingrato aqui. Semana passada eu consegui quebrar a minha cama por causa dele. Como? Vou explicar... Logo que entrei no meu quarto percebi que ao lado da minha cama um ser vivo estava me encarando. Não era um animalzinho de estimação, mas um bicho com duas antenas gigantes e pernas saltitantes. Esse é o famoso cave crickets (grilo de caverna), como o nome já diz, o elemento é comumente encontrado em cavernas, pois gosta de viver em ambiente sem luz e úmido, como poços, troncos podres, tocos e árvores ocas, sob folhas úmidas, pedras, tábuas e toras. Por esse motivo, também pode aparecer nos porões das casas.
Conseguiu achar alguma semelhança entre o meu quarto e os lugares que descrevi? Eu também não, mas eles, ocasionalmente, circulam por aqui! Como já estou expert no assunto, providenciei uma caixa de sapato, a qual eu prendo o dito cujo até conseguir matar. Nossa, mas é tão difícil assim? É, pois além de tudo o elemento tem a visão limitada e o tato aguçado. Quando sente alguma ameaça o “bonitinho” salta alto e longe. Uma gracinha, não é? Existem alguns apelidos para essa “doçura”: sprickets e spickets. Motivo? Mistura de spiders (aranhas) e crickets (grilos). Imaginou? Vai uma imagem fofa para ajudar:
Voltando a história... Coloquei a caixa em cima dele, mas não percebi que tinha saltado. Depois de um tempo encontrei outro na frente do meu closet e pensei: “Será esse o mesmo que eu acredito estar dentro da caixa?”. Não deu em outra, era ele mesminho. Tentei jogar a caixa, peguei vassoura, chinelo e nada. O bicho dava 5 pulos e eu 20. Visualizou a cena e deu risada, não é? Até que o esperto foi parar atrás da minha cama. Duas alternativas: matar ou matar. Não tinha hipótese de dormir com aquilo perto de mim. Assim surge a maravilhosa idéia de empurrar a cama, pegar a vassoura, subir na cama e esmagá-lo com toda a minha força. Todos os passos foram feitos, mas eu não consegui finalizar, porque ele saltou e para longe. Foi parar atrás do móvel de madeira.
Antes de partir para a minha segunda missão, precisava colocar a cama no lugar para ter mais espaço. Um, dois, três e muita força! O material que sustenta a cama é pesado. E sem mais nem menos eu vi os pés da cabeceira indo em direção ao chão. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo e justo quando a minha host não estava em casa.
Pânico total! Cama quebrada e bicho vivo no quarto. O que eu fiz? Sentei e chorei, chorei, chorei... Quero a minha mãe! Três horas se passaram e minha host chegou: aspirou o bicho e parafusamos a cama! Ufa, tudo certo e já é hora de dormir! Boa noite!